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Posts Tagged ‘periodização;divisão do tempo’

Você, estudante, já deve estar acostumado com a idéia estabelecida de período histórico. A história é seccionada em algumas épocas: HIstória Antiga, HIstória Medieval, História Moderna, História Contemporânea. Cada período desse possui uma data início e uma data final.
A história Antiga vai desde o aparecimento da escrita (4000 a.C) até a queda do Império Romano (476 d.C).A história Medieval vai da queda do Império Romano (476 d.C) até a queda de Constantinopla (1453 d.C). A história Moderna assume a sequência da queda de Constantinopla (1453 d.C) até a Revolução Francesa (1789). Finalmente a história Contemporânea seguirá a partir da Revolução Francesa- 1789 até os dias atuais.

Se não reparou, repare! A divisão leva em consideração momentos que parecem de ruptura. São específicos da história da Europa. E nos dá a impressão de que a história começa e termina, começa e termina, até chegar os dias atuais. Para quem não sabia aí vai: esta é uma convenção didática feita por historiadores para facilitar a compreensão.  Porém elas nos criam uma imagem errônea de que existe um período “mais legal” que o outro. Na verdade você pode estabelecer uma data que te interesse, mas não classificá-la num período, porque? Porquê a história não é seccionada! Os aparentes intervalos de um período para outro não passam na verdade de eventos que tiveram algum “pré-requisito” para serem escolhidos, por exemplo: foi uma mudança política, ou uma mudança econômica, ou uma mudança social, etc.

Acontece que esses “pre-requisistos” nos limita a acreditar que não houve uma continuidade de alguns eventos. Por exemplo, estabelecer a queda de Roma como o marco da Idade Média pode parecer algo completamente correto no sentido político, mas não leva em consideração que o cristianismo fora estabelecido no século anterior a queda, ou seja, leva em consideração apenas um fator de estudo da sociedade.

A história tem começo, e o começo dela ao ser classificado com a escrita significa afirmar que não houve nada antes dela. E isto esta correto? Obviamente não. Afirmar que a história só existe a partir do momento que o homem escreve é negar o surgimento do planeta Terra, os processos de transformações que permitiram surgir peixes, anfíbios, aves, o homem, e toda a sua manifestação, por mais simples que exista. Pensar a história a partir da escrita, significa dizer “Somento com a escrita podemos falar o que aconteceu, pois existe algo registrado, que não se perdeu”. Mas e os fósseis? Não são uma espécie de registro que nos permitem compreender a “evolução”?

A história começa com o surgimento do planeta e tudo o que vem depois será a continuidade do início. Será estabelecido a relação de causa e consequência, onde a causa vira consequência e está virará causa, e assim sucessivamente até os dias de hoje.
Gosto de imaginar a história como uma espinha dorsal. Existe a coluna, que é o centro a estrutura, local onde se estabelecem todos os eventos e personalidades conhecidas, por exemplo: podemos dizer que conhecemos a história da queda de Roma, de Leonardo da Vinci, etc.
Existe porém as ramificações que saem dessa coluna que são histórias dentro da história, é a história da Maria que viveu no Brasil Colonial, mas que não teve expressão para que fosse imortalizada como um agente ativo dessa história. A Maria que não foi atriz dessa história, mas apenas espectadora.

Imaginar que existe secções e estabelecer períodos é limitar a história, é limitar o raciocínio da história.  E fazer acreditar que não há continuidade.

A história é como um livro que você começa a ler e vai se desenvolvendo até chegar a página presente. Como o livro acabará é algo que teremos que esperar, respeitando o tempo da leitura.

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